Ontem eu vi
uma tatuagem que dizia que um coração selvagem não pode ser domado. E eu
entendi. Não pode mesmo. Nada de alma tão selvagem como o coração pode ser
domado um dia. E os sentimentos que vivem nele também não.
As vezes me
pego tentando laçar sentimentos que cismam em fugir de minhas amarras das
formas mais rebeldes. E termino me machucando. As vezes é aquele amor intenso
demais pra caber só no peito, que termina escorrendo pelas palavras com mais
velocidade do que você faria se ao menos tivesse alcançado as rédeas para
frear.
As vezes é
um ciúme incontrolável, inconsciente e imaturo. Que estampa no olhar a sua
tristeza, e termina por escorrer pelos olhos sem conseguir se esconder.
Às vezes é
uma saudade instantânea, que dói demais para segurar os pensamentos que se
perdem em tempos que não voltam mais. Mesmo que tenha sido ontem. Porque
saudade não depende da data, e sim da intensidade com que as coisas acontecem.
Todos
sentimentos possuem seu tom de selvageria. Aquela alegria incontida que acaba
por escapar pelo canto da boca e mostrar os dentes quando você devia parecer
concentrado. Aquele medo do que não se conhece. Aquele prazer que explode.
Aquela incansável vontade de ser. Simplesmente ser.
Nenhum comentário:
Postar um comentário