“Acho tão bonito casais que duram. Não importa o tempo, o
que vale é a intensidade. Querer estar junto vale muito mais do que estar junto
há 20 e tantos anos só por comodidade. Sei que estou falando obviedades, mas
hoje vi um casal de velhinhos na rua. Acho que o amor, quando é amor, tem lá
suas dores bonitas. A gente vê uma cena e o coração fica emocionado. Nos dias
de hoje, com tanta tecnologia, com tanta correria, com tanta falta de tempo,
com tanto olho no próprio umbigo e nos próprios problemas, com tanta disputa
pelo poder, pelo dinheiro, por ter mais e mais, sei lá, acho bonito ver um
casal de velhinhos na rua. A mão, enrugadinha, segura a outra mão. A outra mão,
por sua vez, segura uma bengala. Falta equilíbrio, sobra experiência. Falta à
juventude, sobra história para contar. Falta uma pele lisa, sobram marcas de
expressão que contam segredos. Envelhecer não é feio. Em tempos de botox, a
gente devia olhar um pouco para dentro. De si. Do outro. Do amor.”
Clarissa
Corrêa.
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