segunda-feira, 5 de março de 2012

A Vida da Gente


Dizem que o amor acaba que o amor termina, mas não é a verdade. Nada acaba, tudo dura, continua e se transforma. Dizem que passa um filme da nossa vida na nossa cabeça, e por isso eu vi... São tantos e tantos momentos! Depois a nossa fuga de casa, do nosso medo e a nossa coragem, e o salto sem rede que tantas vezes se chama Amor. Vi você indo embora, sendo levadas de diferentes formas, tantas e tantas vezes; e depois vi você voltando, e no fundo dos seus olhos como num de um rio, tudo que a gente não tinha vivido. A partir daí eu me vi dividido entre dois amores, entre duas vidas: uma que eu tava vivendo e outra que eu jamais tinha podido viver. (...)
Eu entendi que não tinha mais divisão nenhuma, o que tinha sido vivido, o que tinha ficado pra trás, tudo era parte de uma mesma história, de uma mesma vida e de um mesmo sentimento: AMOR! E foi então que eu vi nós dois juntos cruzando fronteiras.
Como se eu tivesse alcançado a outra margem de um rio, o rio onde a gente se amou pela primeira vez, o rio do meu acidente... Mas sempre um rio. É porque naquele momento eu precisava ser forte, finalmente, sem escapes. Eu consegui atravessar aquele rio eterno, como se num instante, eu tivesse vivido todos os anos que ainda estavam parados em mim, me esperando do outro lado da fronteira que sem perceber nós já tinha cruzado. Uma infância compartilhada, uma adolescência troncada, uma juventude não vivida. Do lado de cá, dois adultos maduros, finalmente libertos daquele fado pesado, feito de lembranças, de sonhos antigos; porque há novos sonhos do outro lado da fronteira, e agora, podemos VIVER!
(A Vida da Gente)

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