domingo, 11 de novembro de 2012

Gostaria que meu coração fosse como uma porta giratória

Gostaria que meu coração fosse como uma porta giratória por onde as pessoas entrassem e saíssem sem que eu desse a mínima. Apenas passassem por mim, deixando lembranças, mas não marcas.
  Gostaria de esquecer mais facilmente e recordar com tranquilidade.
Deduzir menos e respirar profundamente antes de agir.
Deixar de sentir que um ácido corrói meus ossos e sonhos sempre que alguém parte.
  Fazer minha metade vítima parar de chorar por perdas passadas que, de tão dolorosamente lembradas, repetem-se no presente.
  Ser menos incoerente.
  Gostaria que minhas neuroses— paradas, imóveis, - deixassem de me assustar na hora mais profunda  congelando meus pensamentos.
  Amar intensamente o possível e ignorar o distante, difícil, complicado.
  Andar leve, abandonar o lastro.            
  Nunca mais dizer “eu odeio” e “tenho medo”.
  Dizer muito mais “sossego” “vai dar certo”, “sim”.
  Gostaria de ter a paz satisfeita de um gato ao sol.
  Trocar a ansiedade deterioradora por uma bala de menta.
  Ter decisões mais firmes.
  Gostaria que alguns deixassem de existir para dar espaço para outros andarem mais livres. Sobraria mais ar Puro. E então essas pessoas seriam mais bobas, comeriam com as mãos, teriam auto ironia, andariam descalças com frequência, cobrariam menos, amariam mais e não veriam a felicidade alheia como uma ameaça para a sua própria.

3 comentários:

  1. Mas o que mais gostaria, acima de tudo, é que meu coração fosse como uma porta giratória por onde o amor entrasse facilmente.
    E não saísse.

    ResponderExcluir
  2. Simplesmente amei suas palavras.
    Parabéns!!!

    O fato é que gostaríamos que o nosso sentimento não fosse banalizado pelo outro e tivesse um peso maior dentro da realidade atual.

    ResponderExcluir
  3. Eu queria que fosse simples assim,mas o complicado mora em mim...

    ResponderExcluir